quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Dezessete - Aguardando

Ana ficou com Rafael até a noite, e conversaram sobre todos os detalhes do que aconteceu entre ele e Selton. A garota tinha ficado tão feliz quanto amigo. Não era apenas empolgação ou pelos fatos. Estava feliz por ele ter despido aquele preconceito contra ele mesmo e, portanto, estava livre de se culpar e se torturar. Poderia agora, curtir a vida e um cara legal.

- Ah! Eu me derreti todo quando acordamos e ele disse “bom dia, meu namorado”... – Rafael comentou, realmente, todo “derretido” – Não consigo acreditar até agora no que esta acontecendo!

Ana riu.

- Será que você alucinou tudo?

- Nem fala uma coisa dessas! – ele riu junto – Sabe? Estou aliviado de poder conversar sobre isso com você.

- Que você é gay? Achei que tínhamos passado dessa fase, ontem.

- Não! Quero dizer, disso também, mas de namoro. Antes era uma conversa de mão única. Só você falava.

- Eh! Agora, só você vai falar por um bom tempo. Não estou querendo nada de namoros ou ficadas por enquanto.

- Você só não fica com ninguém por que não quer.

- Ah! Rafa, não estou afim de confusão, entende? E namoro sempre dá.

- Nem me fale... Estou com medo do meu namoro dar problema.

- É só vocês serem discretos, Rafa.

- Foi o que a gente combinou. Mas nem tudo sai como planejado.

- Não começa, Rafa - Ana advertiu – Não entre em paranóia.

- Ok! Parei.

Não demorou muito e o celular de Rafael tocou.

- Oi, meu lindo – Selton disse - E, então? Está pronto?

Simplesmente, ouvir a voz do namorado, foi o bastante para fazê-lo sorrir.

- Não! A Ana veio pra cá e a gente ficou conversando. Mas em dez minutos eu tomo banho e a gente sai. Quer vir pra cá e me esperar?

- Você já contou pra Ana sobre a gente?

- Contei. Mas não se preocupa não, ela não vai contar pra ninguém.

Selton aparentemente não gostou muito daquilo, parecia desconfiado.

- Algum problema?

- Não, nenhum. Ela é sua amiga. Minha amiga. Não tem problema nenhum!

- Não se preocupe. Ela não vai contar nada pra ninguém que não deva.

- Ok. Mas vou esperar aqui, quando você terminar de se arrumar, me liga e a gente se encontra no portão.

- Está bem. Daqui a pouco eu te ligo.

- Era o “namô”? - perguntou Ana, quando ele desligou o telefone.

- Era ele sim. Vou tomar um banho e me arrumar. Você me espera?

- Claro. Vai lá.

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