quinta-feira, 8 de julho de 2010

Treze - Gomes

Rodrigo estava esgotado. Absolutamente esgotado. Estava tão cansado, tão consumido que mal conseguia pensar. Deitado na cama, apenas o fino lençol cobria seu corpo suado e arfante. Aliás, nem sabia porque se cobriu, não havia mais espaço para vergonha naquele quarto. Se bem que, talvez ainda houvesse alguma coisa errada.

Tenente Gomes sequer tinha deitado na cama, nem enquanto o comia com força cavalar, fazendo-o gritar de dor e prazer – mais pela primeira. Não que ele tivesse um pau muito grande, mas transava com violência, com força, sem se importar se estava machucando-o ou não. Rodrigo tinha mais medo que a camisinha rompesse e nem percebessem no meio da transa.

Gomes tinha terminado de gozar, simplesmente tirou a camisinha e pegou sua cueca para vestir-se. Rodrigo, anestesiado não conseguiu se incomodar com mais nada além da ardência que sentia no cu. Consumido, capotou na cama de solteiro e se cobriu, instintivamente, olhando para o teto.

As coisas tinham andado naquele passo. Gomes, Tenente do exército, casado, pai de duas gêmeas, aparecia quase todos os dias em seu apartamento para literalmente fodê-lo como um touro no cio. Era naquele apartamento que Gomes fazia o que gostava na cama e que a mulher provavelmente não o deixava. Talvez nem ele mesmo se permitisse fazer certas coisas durante seu sexo conjugal. Era difícil entender até que ponto aquele homem era reprimido sexualmente.

Mesmo sendo brutal, sendo ignorante até, Rodrigo não conseguia conter o tesão que sentia ser currado por aquele homem, várias e várias vezes chegara muito perto do orgasmo sem sequer encostar no próprio pau. Mas quase é a palavra-chave. Gomes o comia, se satisfazia e não ligava se Rodrigo tinha gozado. Na segunda vez em que se encontraram pra sexo, Rodrigo caiu na besteira de pensar que podia pedir ajuda do tenente pra gozar, afinal, tinha sido comido ao extremo e ainda não tinha gozado. Enganou-se. Gomes não só desprezara seu pedido como deixou bem claro:

- Está querendo que eu toque uma punheta pra você? O viadinho aqui é você, soldado. Se vira! E se for gozar, espera eu ir embora, porque não preciso ver homem esporrando, mesmo que seja por mim – nisso, ele já estava com a calça da farda afivelada e bonita amarrada.

Rodrigo já tinha transado muito na vida, já tinha dado pra todos os tipos de homem, mas nunca encontrara um tão machista quanto o Tenente Gomes. Se negava até mesmo a beijá-lo enquanto faziam sexo. Ok, ele não se iludia de que estavam fazendo amor – e nem queria que estivessem – mas um beijo bem dado enquanto era comido por um homem era muito bom. Mas desistira de pedir qualquer coisa a Gomes, com medo do que poderia fazer. E nem tinha muito tempo para pedir nada, porque tão logo a transa acabava, Gomes vestia sua roupa e ia embora, sem mal dizer tchau ou até breve.

Como agora. Estava ali, exausto de ter sido quase estuprado, de pau duro, com as bolas doendo de tanto tesão e, no entanto, um vazio. Gomes terminara de se vestir, murmurou um até logo e bateu a porta.

Considerou ainda se devia fazer o que Gomes havia sugerido. Tocar uma bronha pra aliviar a porra que continha. Mas por algum motivo, desistiu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário