quinta-feira, 8 de julho de 2010

Quinze - Festa Rolando

A granja se encheu de barulho, música, conversa e, rapidamente, de cheiro de churrasco. Alguém já tinha começado a assar alguns pedaços de carne, lingüiça e queijo. Rafael andava de um lado para o outro da casa, com seu copo na mão e pegando pedaços de carne que saiam da churrasqueira. O sol já estava pegando e aproveitou pra pegar uma cor porque andava muito branco. Sempre que ia para um canto conversava com alguém, tirava uma foto, saia em uma foto e sempre de copo na mão.

Selton foi para fora, onde outros garotos batiam uma bolinha, todos com um copo de cerveja na mão, não era um jogo sério, e, servidos de álcool, demoraria para se tornar!

Rafael ficou de longe, sentado numa mureta que ficava logo atrás do campo de futebol, admirando Selton, de bermuda floral, sem camisa. Reparou que ele não tinha um único pêlo sequer pelo tronco, era, absolutamente, liso! Ficou imaginando como seria passar a mão em sua pele, imaginava que devia ser suave, aveludada. Tomou um gole da cerveja e sentiu a bebida amarga gelar seu interior, o álcool logo o fez sentir o cérebro ficando mais leve. Ele era muito fraco pra bebida.

- Pelo que me consta, você detesta futebol - disse Guilherme, se sentando ao seu lado - Ou será que tem algum outro motivo pra você estar tão compenetrado?

Rafael olhou pra ele, fingindo um ar de indiferença, mas era óbvio que ele tinha ficado bem alterado:

- Do que você está falando?

- Ah! Rafa, qual é! Nós dois sabemos, muito bem, do que estamos falando: sua “amizade” com Selton.

- Não posso ver o jogo, não! - e tomou um gole de cerveja.

- Claro que pode.

Rafael ficou apreensivo. Nem naquele dia ele teria paz?

- Com licença, vou dar um mergulho, já que não posso ficar aqui – e assim ele se levantou e pulou na água, nadou um pouco, zoou com quem estava por ali, tentando esfriar literalmente a cabeça. Depois se juntou às meninas e ficaram jogando vôlei, também. Só que era muito inconveniente, pois não dava pra jogar vôlei com o copo de cerveja na mão. Mas mesmo assim foi divertido, até pq a intenção nem era jogar e sim, bater uma bolinha. Riu muito das jogadas ridículas que aconteceram, das intromissões repentinas dos outros, inclusive de Selton, que saiu correndo do campo de futebol e conseguiu pegar uma bola perdia com o pé e então ele ficou jogando futevôlei. Rafael achou tudo aquilo o máximo! Teve que usar o dobro da sua vontade pra se concentrar no jogo e não se fixar no corpo suado de Selton.

E, do mesmo modo como entrou, Selton saiu da rodinha do jogo.

- Ei, onde você vai? - gritou Rafael!

- Pegar um copo de cerveja!

- Trás um pra mim!

- Folgado! - gritou o garoto moreno, mas estava sorrindo, o que sinalizava que atenderia o pedido de Rafael.

“Cada vez que vejo esse cara ele parece mais lindo! Olha só o tanquinho dele!” E era fato! Mesmo que não fosse malhado, o abdômen de Selton era muito bem definido, fez Rafael, rapidamente, perder o foco e quase levar uma bolada na cara!

Quando Selton saiu do seu campo de visão, ele pôde voltar sua atenção ao jogo. Correu de um lado ao outro, recepcionou bem algumas bolas altas. se divertiu tanto que até esqueceu do seu copo de cerveja prometido por Selton.

Estava feliz e contente, batendo sua bolinha, quando uma gritaria em torno piscina se sobrepôs a todos os outros sons ambientes. E o som atiçou a curiosidade de Rafael:

- Aê! Isso aí! - diziam os gritos.

Ninguém da roda entendeu nada e foram correndo para ver o que estava acontecendo.

Quando chegou a piscina. Rafael sentiu o chão se livrar dos seus pés.

Na água, Selton estava abraçado com Débora, dando-lhe um beijo digno de novela!

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