sexta-feira, 18 de junho de 2010

Trinta e Cinco – Extravasar e Admitir

Estava enganado. Rafael mal pode agüentar assistir os últimos vinte minutos do filme. Não que estivesse achando-o chato - ou, pelo menos, não só por isso - mas estava muito difícil segurar o tesão que sentia. A imagem do volume nas calças de Selton não saia de sua cabeça e o seu próprio volume não diminuía por nada! Ficou imaginando inúmeras possibilidades, se não tivesse desistido de tentar algo, ali mesmo, várias cenas se desenrolavam em sua mente quase que simultaneamente, e isso não ajudava em nada a diminuir a dor que sentia lá embaixo.

E o alivio que esperava sentir, quando atravessou ao portão da casa de Selton, não veio, talvez porque o garoto o tivesse acompanhado até lá. No caminho, Rafael teve que usar a barra da camisa para tentar disfarçar o tesão que tencionava o tecido da bermuda; dificilmente, passaria despercebido e seria muito constrangedor se tivesse que explicar porque estava de pau duro!

- Desculpa o meu cochilo, cara! No sábado, a gente assiste outro e eu prometo que não vou dormir!

- Já falei pra não se preocupar, mas a sessão está marcada no sábado! A gente combina durante a semana! - disse Rafael, se forçando a não demonstrar a tensão.

- Beleza, então, Rafa! – Selton disse, estendendo a mão – Valeu pela companhia.

- Que isso, cara. A gente se vê amanhã?

- Com certeza.

- Boa noite!

- Falou!

Rafael nem esperou Selton bater o portão. Assim que pôde, correu para o outro lado da rua, entrou em casa sem dizer oi para quem quer que aparecesse na sua frente, entrou no seu quarto e passou a chave.

Ainda tentava organizar o que viu na sua cabeça. “O Cara estava de barraca armada na minha frente...” Engoliu a seco. “Ok, não foi nada. Todo homem fica de barraca armada quando dorme, certo? Nada demais” Então olhou para baixo e viu a própria barraca. Nunca tinha sentido uma ereção tão intensa quanto aquela; latejava no mesmo compasso do coração. “Meu Deus! O que eu faço?!” Tudo o que passava na sua mente era a volume no short de Selton, a oportunidade que deixou passar. Podia ter pego, podia ter beijado Selton ali mesmo. Podia ter feito tudo que quisesse! Quanto mais pensava no que podia ter rolado, parecia que mais duro seu pau ficava.

Tirou toda a roupa e correu para o chuveiro, abrindo-o ao máximo. A água morna caia sobre seu corpo, mas não esfriava o calor intenso que sentia. Não era a temperatura que o deixava louco. O calor vinha pelo corpo intumescido apontando para o alto. As cenas em sua mente só ficaram cada vez mais selvagens. Imaginou-se beijando Selton, acordando-o com seus lábios, enquanto tirava a própria camisa; deitava-se em cima do garoto, recebendo sua língua na boca; apertava-lhe os músculos e acariciava suas costas, enquanto era explorado pelas mãos de Selton, com firmeza.

Mergulhado naquela fantasia, agarrou com força seu pênis e, com a espuma do sabonete, deslizava para cima e pra baixo. De olhos fechados, via a pelo morena de Selton bem perto da sua, contrastando, completamente nus em cima da cama. Seu corpo ardia. Rolavam um em cima do outro, se beijando, se tocando no escuro, sua mão apertando a bunda de Selton, as costas, a língua lambendo seu pescoço. Os corpos sincronizados num movimento cadenciado, mas intenso. Parecia que explodiria de tanto tesão.

E foi exatamente isso que aconteceu. Não estava preparado, não percebera, não antecipara. Seu orgasmo veio de uma única vez, tão súbito quanto um relâmpago, e tão forte que – mesmo acostumado a gozos silenciosos – não pôde conter na garganta o grito de prazer.

Seu corpo formigou por vários minutos, tomado por um cansaço repentino. Apoiou-se na parede, ofegando, recobrando o fôlego preso enquanto gozava. Á água agora, parecia fazer uma suave massagem em seu corpo, enquanto todas as imagens fomentadas em sua mente sumiam para algum canto distante.

À medida que suas forças voltavam, ele percebia que era tarde demais. Depois de sentir tanto desejo, tanto tesão, tanto prazer, apenas fantasiando, não podia mais negar. O que sentia por Selton era um caminho sem volta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário